minhas pernas
balançam sozinhas no quarto
brotam da saia rodada
como galhos de feijão
no algodão molhado
arrancaram os pêlos que as protegiam
e agora tenho frio
as pernas são sensíveis as rendas aos bordados
mesmo as que cantam
histórias de infância
minhas pernas sentem o vento no quarto
e o maior ventilados do mundo
cobre-as de folhas claras
e por toda a cama há flores claras
acima de meus joelhos
escondem-se as pernas mais claras
as que envergonham-se
inibidas,
com o balanço do quarto
(Gabriela Caramuru)
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